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Florestas estão a guardar menos carbono

Um novo estudo internacional alerta para as consequências do aquecimento global: as árvores estão a crescer mais rápido, mas também morrem mais cedo.

florestas num caminho férreo

As florestas do mundo podem estar a perder a capacidade de armazenar carbono. Devido ao aquecimento global e à atmosfera estar cada vez mais carregada de dióxido de carbono, as árvores crescem mais rápido, sobretudo em zonas frias, absorvendo mais CO2. No entanto, os cientistas observaram que os aumentos de crescimento iniciais são seguidos por aumentos na mortalidade, o que pode inverter todas as previsões atuais relativas ao armazenamento de carbono. As conclusões são de um novo estudo publicado na revista “Nature Communications”.

O desequilíbrio natural provocado pela ação humana, através da queima de combustíveis fósseis, estimulou o crescimento das árvores nas últimas décadas, mesmo em florestas intactas e “antigas”, o que lhes tem permitido absorver mais carbono do que libertam, resultando numa grande acumulação. “Nos últimos 50 anos, os ecossistemas terrestres foram responsáveis pela remoção de cerca de um terço das emissões de carbono antropogénicas [provocadas pelo Homem]”, pode ler-se no estudo.

Mas os investigadores questionam agora quanto tempo esta situação, prevista em todos os modelos de sistemas terrestres, se vai manter. É que, através do estudo de florestas antigas da Amazónia, os cientistas registaram que o aumento de crescimento inicial é seguido por um acréscimo da mortalidade das árvores. Análises a 210 000 registos de anéis de árvores pertencentes a mais de 80 espécies diferentes em todo o mundo mostram que as árvores que crescem depressa morrem jovens e, por isso, não existem aumentos reais de longo prazo no armazenamento de carbono.