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Agricultura empresarial está a crescer

Último recenseamento agrícola revela forte mudança cultural na atividade, com olivais, amendoais e pequenos frutos em destaque.

olival

Os resultados do Recenseamento Agrícola, que terminou no final de 2020, revelam uma alteração cultural na atividade na última década, com o crescimento da agricultura empresarial, menor número de explorações agrícolas (290 mil, ou seja, menos 4,9%), mas maior superfície utilizada (3,9 milhões de hectares – 43% do território) e maior área média (13,7 hectares, mais 1,7 hectares que em 2009).

De acordo com o INE, não houve uma concentração fundiária em grandes unidades produtivas, mas sim um redimensionamento das explorações de média dimensão, com a duplicação do número de sociedades agrícolas. As explorações empregam 56 200 trabalhadores, que correspondem a cerca de 77% da mão de obra agrícola assalariada com ocupação regular.

Os dados demonstram a modernização da atividade e destacam que as culturas permanentes dispararam. Em relação a 2009, os números oficiais revelam existir menos 11,6% de terras aráveis, mais 24,6% de culturas permanentes e mais 14,9% pastagens permanentes. Assim, a principal alteração de fundo na agricultura nacional na última década passou pelo investimento na instalação ou modernização de olivais (mais 12,3% na superfície total da cultura) e pomares, com destaque para pequenos frutos (mais 2793%), frutas subtropicais (mais 153%), e amendoais (mais 97%).

Quanto ao perfil do agricultor português, 67,1% são homens, têm em média mais de 64 anos (mais dois que em 2009), 46,3% concluíram o primeiro nível de ensino básico e 53% têm formação agrícola exclusivamente prática. Já a caracterização dos dirigentes de sociedades agrícolas é diferente: cerca de 85% são homens, têm em média 51 anos, 48,1% com formação superior e 19,1% com formação específica em ciências agrárias.