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Prever a evolução do fogo pode diminuir risco

Investigadores da Universidade de Évora utilizam dados de satélite para ajudar na prevenção e combate aos incêndios florestais.

floresta trava fogo

Investigadores da Universidade de Évora desenvolveram uma nova abordagem na prevenção e combate aos incêndios. Compreender as razões pelas quais algumas ignições dão origem a grandes incêndios foi o ponto de partida do estudo desenvolvido no âmbito do Centro Ibérico para a Investigação e o Combate aos Incêndios Florestais (CILIFO), que acabou por resultar na previsão da evolução do fogo recorrendo a dados de satélite.

O trabalho de investigação utilizou dados de 2 120 incêndios ocorridos em Portugal Continental, entre junho e outubro de 2017, incluindo indicadores de perigosidade meteorológica, características topográficas e estrutura da vegetação, a partir dos dados recolhidos pelos satélites Sentinel-1 e Sentinel-2 da Agência Espacial Europeia e ALOS-2 da Agência Japonesa de Exploração Espacial.

Através da avaliação da distribuição da área ardida acumulada por ignições diárias, em função das condições iniciais de propagação, os investigadores encontraram “relações que permitem compreender o potencial das ignições desde o seu início e encontrar explicações para a dificuldade dos recursos utilizados na primeira fase da extinção do incêndio”. Método que acreditam tratar-se de “uma nova abordagem na prevenção e combate aos incêndios florestais”.

O sistema de alerta de perigo de incêndio florestal utilizado em Portugal assenta sobretudo nas previsões do Índice FWI (Fire Weather Index) do Sistema Canadiano de Indexação do Perigo de Incêndio Florestal, mas os investigadores acreditam que agora é possível construir modelos em função da complexidade da topografia e da distribuição e acumulação da vegetação, para “otimizar o escalonamento dos recursos de supressão, incidindo os esforços de combate nas ignições com maior probabilidade de se propagarem por extensas áreas”.