A urgência da descarbonização
O dióxido de carbono é o gás com maior impacto no aquecimento global, pelo que, para manter as temperaturas em níveis aceitáveis para o futuro do planeta, é urgente uma descarbonização profunda.
Segundo as previsões do mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), se o atual ritmo de emissões de gases com efeito de estufa se mantiver, o planeta vai estar 2,7°C mais quente no ano 2100. E, já até 2040, vai aquecer mais de 1,5°C relativamente ao período pré-industrial, ultrapassando o limite fixado no Acordo de Paris quando, em 2015, 197 países concordaram reduzir o uso de combustíveis fósseis e a emissões de CO2 para atingir a neutralidade carbónica global até 2050.
Sendo o dióxido de carbono o gás com maior impacto no aquecimento global – representa 65% dos gases com efeito de estufa – a descarbonização tornou-se uma emergência universal, que tem de envolver cidadãos, empresas e governos. E a floresta desempenha um duplo papel nesta missão: por um lado, é o principal sumidouro terrestre de CO2; e, por outro, fornece matérias-primas naturais, renováveis e biodegradáveis, que podem ser utilizadas para fabricar produtos mais amigos do ambiente, capazes de substituir os de origem fóssil.
Tornar a economia mais verde
A utilização de combustíveis fósseis é a principal fonte de CO2, pelo que, para reduzir as emissões de dióxido de carbono da atividade humana para a atmosfera, é preciso tornar a economia mais verde, alterando a forma como é produzida e consumida a energia: substituir os combustíveis fósseis por energias renováveis e de fontes que produzam pouco carbono; reduzir o consumo global de energia; e apostar numa economia circular, que reutiliza os recursos.
Para se perceber a gravidade da situação que vivemos, basta recordar que da última vez que a temperatura média do planeta esteve 2°C acima da atual, o nível do mar estava seis metros acima do de hoje. Uma subida desse género deixaria submersas inúmeras zonas costeiras e milhões de pessoas teriam de der deslocadas. Além disso, os extremos de calor atingiriam o nível crítico de tolerância e os níveis de oxigénio baixariam.
Mas a crise climática não vai afetar todas as regiões do mundo da mesma forma. Na Europa, prevê-se que as temperaturas aumentem numa média superior à do aquecimento global, estando Portugal numa das regiões mais vulneráveis, por ser um país do Mediterrâneo. O relatório do IPCC prevê diminuição da precipitação no verão, com secas mais frequentes e mais intensas.
Perante este cenário, 82 empresas nacionais assinaram em julho passado o manifesto do BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, intitulado “Rumo à COP26” (a próxima Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, que se realiza em novembro deste ano, no Reino Unido). Este manifesto apresenta 11 objetivos para travar as alterações climáticas, que refletem a necessidade e a ambição de uma resposta global e coletiva.
A The Navigator Company, empresa de base florestal, é uma das signatárias deste manifesto, dando seguimento ao seu compromisso com a natureza e o planeta. Em 2019, foi uma das primeiras do mundo a antecipar os objetivos de neutralidade carbónica dos seus complexos industriais em 15 anos, face às metas nacionais e europeias. Assim, em 2035 terá reduzido as suas emissões de carbono em 86%.