Notícias

Indústria do papel critica estratégia europeia

A CEPI considera que a proposta da nova Estratégia Florestal Europeia esquece contributo do setor de base florestal para vencer o desafio climático global.

paisagem florestal região centro

Considerada como peça importante para a concretização do Green Deal da Comissão Europeia, a nova Estratégia Florestal Europeia tem sido apontada, por agentes do setor florestal, como uma oportunidade perdida para maximizar o efeito da mitigação do clima do setor de base florestal. “A Estratégia concentra-se na função de sumidouro das florestas e esquece a contribuição holística que os produtos à base de madeira podem trazer para uma bioeconomia circular”, afirmou Jori Ringman, diretor-geral da Confederação Europeia das Indústrias de Papel (CEPI), sublinhando que “as florestas europeias e o setor de base florestal fornecem soluções integradas para o desafio climático global em grande escala”.

Segundo aquela organização, com a substituição dos produtos de base florestal, o efeito climático global positivo é estimado em 20% de todas as emissões fósseis da União Europeia. “Mas há muito potencial que permanece inexplorado com a Estratégia Florestal Europeia proposta”, acrescentou Ringman.

Na recente reunião do Conselho de Administração da CEPI, que juntou em Lisboa os CEO das principais empresas europeias da fileira florestal e os responsáveis das suas associações nacionais, foram reiteradas as críticas à proposta da União Europeia para as florestas.

António Redondo, presidente da CELPA – Associação da Indústria Papeleira, criticou a forma “enviesada e míope” como a floresta é apresentada no documento da Nova Estratégia Florestal Europeia. Sobre o pacote legislativo “Fit for 55”, recentemente apresentado pela Comissão Europeia, e o papel das indústrias de base florestal nas metas para a mitigação das alterações climáticas, o presidente da CELPA defendeu a necessidade de ajustar a Estratégia, de maneira que esta possa “contribuir para a construção de uma floresta mais forte, mais diversa e mais resiliente”.

Na opinião de António Redondo, o documento mostra falta de compreensão científica relativamente ao papel das florestas, da silvicultura e das soluções de base florestal na abordagem dos objetivos climáticos e de biodiversidade.

O representante da CELPA sublinhou a importância dos produtos de base florestal para a promoção da transição para uma bioeconomia circular, evoluindo de uma economia fóssil, e destacou o papel central da indústria papeleira europeia na gestão sustentável de uma paisagem florestal saudável, próspera e resiliente.