Tecnologias para a valorização e defesa da floresta
Sessão de demonstração do projeto RePLANT apresentou resultados em campo de novos processos na floresta
O projeto colaborativo rePLANt realizou uma sessão de demonstração no dia 23 de março, na Mata do Braçal, na Lousã, durante a qual foram apresentados algumas das mais recentes evoluções tecnológicas deste consórcio de inovação em prol da valorização da floresta portuguesa.
“Encontrámos soluções que contribuem para o desenvolvimento sustentável da floresta. Estes são resultado do melhor conhecimento técnico-científico de entidades empresariais e não empresariais que trabalharam em demonstrações altamente tecnológicas, no âmbito das linhas de atuação do projeto” explica Carlos Fonseca, Diretor Científico e Tecnológico do CoLAB ForestWISE, que coordena o projeto com a The Navigator Company. “Este projeto já deu resultados práticos e aplicáveis de imediato, e sozinhos não seria possível ter em tão pouco tempo estas soluções” concordam José Luis Carvalho (líder de projeto), Susana Morais e José Rafael, da Navigator, que estiveram ativamente na preparação da demonstração.
Entre os resultados de quase três anos de trabalho de 20 entidades na implantação de estratégias para a gestão integrada da floresta e do fogo, encontram-se alfaias inovadoras como a nova Riper Grade (ARG) de mobilização parcial do solo, reduzindo o impacto ambiental e melhorando as condições de desenvolvimento das plantas. Estes equipamentos foram desenvolvidos para a silvicultura do eucalipto, podendo ser utilizadas noutros tipos de floresta. Desenvolvido com a participação da Navigator, Fravizel e InescTec, a ferramenta integra tecnologias digitais únicas de controlo de ripagem com recurso a Lidar, geoposicionamento e capacidade de fertilização a taxa variável. Uma alfaia para a Floresta 4.0 e uma peça essencial para a digitalização total de processos na floresta, desde o projeto digital até à geolocalização de cada planta e de dados associados.
Foram ainda apresentados os ensaios de diferentes espécies e proveniências de pinheiro, pela Sonae Arauco e Instituto Superior de Agronomia, algumas delas recém introduzidas, mais produtivas e potencialmente mais adaptadas às alterações climáticas. Espécies e plantas melhoradas de pinheiro bravo, radiata e taeda poderão trazer nova rentabilidade florestal.
Foram também apresentadas pelo ForestWise soluções de medição de pilhas de madeira em campo, com aplicações em smartphone acessíveis a todos, que permitem, de uma forma fácil e rápida, recolher dados para a gestão de stocks e a melhoria da cadeia de abastecimento.
A sessão de campo esgotou as inscrições e os participantes puderam percorrer as “quatro estações tecnológicas” e ver os resultados já conseguidos no âmbito do rePLANt. O projeto tem um investimento de 5,6 milhões de euros, apoiado pelo Compete/Portugal 2020, através dos programas POCI e Lisboa 2020, e termina em Junho de 2023.