Produção agroflorestal com objetivo
Na Quinta de Pedrogão, a produção florestal coexiste com a agricultura e a pecuária. É quase tudo usado por António Quaresma no seu restaurante.
Quando saiu da tropa, em 1990, António Quaresma veio logo trabalhar para a quinta onde nasceu. Muito antes, no tempo dos bisavós, todo o lugar de Pedrogão, em Arouca, pertencia à família. Depois foi-se dividindo e, agora, tem cerca de 25 hectares, não contínuos.
Na zona em torno da casa está a área agrícola, rodeada de carvalhos, castanheiros e sobreiros. As castanhas são para consumo próprio, e a cortiça foi vendida pela primeira vez em 2019. Ali também pastam sete animais de raça arouquesa, que mantêm limpos de mato cerca de três hectares.
Mais afastados, em área de montanha pura, encontram-se os eucaliptais. Plantados nos anos 1990, constituem 70% dos cerca de 20 hectares de floresta da quinta. Na orla dos eucaliptais instalou ainda colmeias, que produzem mel escuro de urze, e a pequena produção é, mais uma vez, para consumo próprio.
Quem abandona a estrada principal em direção à casa familiar encontra um canastro e uma eira com um parque de estacionamento do restaurante que construíram em 2000 e que absorve toda a produção agrícola da quinta, da carne à vinha, passando por milho, tomate, alface, hortaliças, cebolas, pepino, feijão-verde, pimento e o milho-grão tradicional que António recuperou e serve para fazer pão.
No meio do campo também nascem trutas para autoconsumo, cerca de 2 mil ou 3 mil peixes. Os cinco tanques foram construídos há quase 50 anos junto a uma fonte e “dizem que foram os primeiros viveiros particulares de truta em Portugal”, conta o proprietário. Estiveram desativados, mas António Quaresma restaurou-os em prol do seu objetivo de frescura e autossuficiência.