Consultório Técnico

Boas práticas na exploração de eucaliptos

Conheça os cuidados e as regras no corte e rechega, para efetuar as operações em segurança e respeitando o meio ambiente.

A exploração florestal envolve o corte da madeira, a sua recolha no terreno e a disponibilização para ser transportada. Sendo operações que envolvem árvores adultas, maioritariamente cortadas e/ou recolhidas do terreno de forma mecânica, exigem formação específica para os operadores e o uso de equipamentos de proteção individual específicos, bem como o cumprimento das regras definidas para cada tipo de equipamento e/ou máquina em uso.

Distância de segurança no corte e rechega

No abate moto-manual, com recurso a motosserra, deve ser assegurada a distância de segurança entre os operadores, de pelo menos duas vezes a altura das árvores a cortar. No corte mecânico e na rechega devem ser respeitadas as distâncias de segurança indicadas nas diferentes máquinas. Na ausência de indicações nas máquinas, outras pessoas devem estar à distância mínima do dobro da altura da árvore a corte e do dobro do comprimento da lança da grua na rechega.

Cuidados na organização do trabalho e com a maquinaria

As máquinas devem estar em boas condições, com a manutenção adequada (em dia) e não devem apresentar fugas de óleo ou de combustível. Devem ser evitados derrames. Em caso de ocorrência, estes devem ser contidos e o produto recolhido. A terra contaminada deve ser colocada num recipiente impermeável e entregue a um operador licenciado.

Devem estar equipadas com extintores, um ou dois de seis quilos, carregados, dentro da validade e acessíveis, consoante o peso máximo seja inferior ou superior a 10 toneladas.

Devem ser operadas por operadores com formação adequada para o efeito. Os limites de trabalho definidos pelo construtor para cada máquina não devem ser excedidos, a cabine não deve ser alterada e não deve haver objetos soltos na mesma.

O trabalho deve ser feito com a porta fechada e com o cinto de segurança colocado. Devem ser asseguradas as distâncias de segurança e ser garantido que nenhum outro trabalhador ou máquina se encontra em zonas inferiores do terreno.

Não deve haver circulação com máquinas nas linhas de água. O seu atravessamento só deve ser feito quando não houver outra alternativa e sempre em solo firme.

Nas linhas de água, o abate deve ser moto-manual e o processamento da madeira realizado fora da faixa de proteção definida.

No corte moto-manual, assegurar que a motosserra não é modificada e que está equipada com todos os equipamentos de segurança, nomeadamente travão da corrente e guarda-mão dianteiro, bloqueador do acelerador, corrente de segurança, bainha, retentor de corrente, dispositivos anti-vibratórios e guarda-mão traseiro.

Regras para os operadores

Devem ser utilizados os equipamentos de proteção individual (EPI) adequados à máquina/equipamento, sem lhes realizar alterações. Devem ainda estar adaptados à dimensão do operador e estar em bom estado de conservação.

Devem ser respeitadas as distâncias de segurança entre trabalhadores, mediante o equipamento ou a máquina em uso.

Deve ser utilizada a regra dos três pontos de segurança para subir e descer de máquinas (2 pés e 1 mão ou 2 mãos e 1 pé).

Os operadores devem estar, sempre que possível, contactáveis e com a sua localização conhecida por outros, para assegurar a assistência no caso de acidente.

Devem ter disponível, na frente de trabalho, uma caixa de primeiros socorros, contactos de emergência, telemóvel, materiais de sinalização e extintores.

Sinalização dos trabalhos e áreas e/ou bens a proteger

Todos os trabalhos florestais que envolvam maquinaria devem estar assinalados, utilizando, por exemplo, placas, triângulos ou fitas de sinalização nos caminhos de acesso, para prevenir a entrada de terceiros na área de trabalho e evitar acidentes.

As áreas e/ou bens protegidos, como marcos, santuários, fontes, percursos pedestres, entre outros, devem ser preservados. Por isso, antes do início dos trabalhos, estes devem ser devidamente sinalizados, à semelhança de possíveis locais de perigo na propriedade, como poços, minas, ou ramos que tenham ficado presos noutras árvores.

A The Navigator Company disponibiliza placas de sinalização para prestadores de serviço que participem em ações de formação de sensibilização dos riscos inerentes à atividade florestal e boas práticas de segurança nas operações.

Artigo da autoria de Daniela Ferreira (RAIZ ­– Instituto de Investigação da Floresta e Papel) e de Susana Morais (The Navigator Company), publicado originalmente na revista n.º 12, de dezembro de 2023, que pode descarregar aqui.