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Fundos mal aplicados na gestão pós-fogo

Conclusão é de um estudo da Universidade de Aveiro sobre a gestão florestal, com recurso a financiamento público aprovado tardiamente.

floresta ao por do sol

Um estudo da Universidade de Aveiro (UA) sobre a gestão florestal pós-fogo realizada em Portugal, com recurso a financiamento público, aponta duas grandes falhas à aplicação das verbas, em especial do PRODER (2007-2013): as intervenções no terreno foram realizadas tardiamente e não existiu uma seleção das áreas a intervir.

“A estabilização de emergência deve ser realizada no terreno, imediatamente após a ocorrência do incêndio, antes do aparecimento das primeiras chuvadas”, afirma a responsável pela investigação, Cristina Ribeiro. “Em Portugal, as intervenções financiadas no âmbito do PRODER foram aprovadas no final do primeiro inverno após a ocorrência do incêndio” e algumas ainda mais tarde.

Nas intervenções de médio e longo prazo, os proprietários entrevistados para o estudo reconheceram que as intervenções quando chegaram ao terreno “já não estavam adequadas à realidade existente, uma vez que a evolução do ecossistema não se compadeceu com o tempo necessário para a aprovação do financiamento”.

Quanto às áreas a intervir, embora o conhecimento científico e a experiência internacional evidenciem que as ações, “pelo menos as de estabilização de emergência, não podem ser realizadas em toda a área ardida (por questões temporais e económicas)”, mas antes em áreas prioritárias, a investigadora refere que, “em Portugal a avaliação da área ardida não tem identificado a área de intervenção prioritária, como tal, estas ações têm surgido aleatoriamente”.