Consultório Técnico

Quando e como fazer a retancha

Para manter o potencial produtivo da plantação é importante assegurar o número de plantas previsto no projeto florestal.

Retancha

A operação da retancha corresponde à substituição das plantas mortas após a plantação, sendo esta a última etapa da fase da instalação de um investimento florestal que tenha como objetivo uma longevidade por mais de 30 anos. Trata-se de uma oportunidade para manter a densidade de plantas prevista no projeto florestal e inicialmente colocada no terreno (número de plantas por hectare), mas que, por algum motivo, não sobreviveram no decurso da plantação.

Esta operação é fundamental para situações em que tenha ocorrido mortalidade de plantas considerável, porque permite assegurar novamente o número de árvores adequado e, com isso, obter, no momento do corte, a produção de madeira expectável e não comprometer os cortes seguintes (condução dos povoamentos em talhadia).

A garantia da sobrevivência de plantas à instalação permite que, nos anos seguintes, o povoamento feche as copas, aumentando o ensombramento da vegetação no subcoberto, o que contribui para uma diminuição da carga de combustível no povoamento e do risco de incêndio.

Quando substituir as plantas mortas

A retancha deve ser feita sempre que haja mortalidade de plantas nos primeiros meses após a plantação. Contudo, é fundamental realizá-la sempre que a mortalidade seja superior a 5% da área. Ou seja, sempre que houver pelo menos 5 plantas mortas por cada 100 plantas plantadas.

As plantas desenvolvem-se rapidamente, principalmente nas plantações de primavera. Assim, é importante que as que morreram sejam substituídas o quanto antes, para diminuir a diferença de crescimento (tamanho) entre as que foram inicialmente plantadas, e bem-sucedidas, e as retanchadas.

Quando esta operação é feita tardiamente, as plantas retanchadas sofrem ensombramento pelas que inicialmente vingaram no terreno, levando à competição pela luz entre as plantas e perda de potencial produtivo do povoamento.

A retancha é fundamental quando a mortalidade for superior a 5% da área plantada. Ou seja, sempre que houver pelo menos 5 plantas mortas por cada 100 plantas plantadas.

A retancha deve ser realizada preferencialmente:

  • Nas plantações de primavera – até um a dois meses após as plantações, tendo em atenção a existência de condições de humidade do terreno e precipitação para a realização desta operação;
  • Nas plantações de outono – até à primavera seguinte (sempre com condições de humidade do terreno e precipitação para a realização da operação).

5 passos importantes na retancha

  1. Escolher a planta adequada para a retancha, de preferência a mesma planta utilizada na plantação.
  2. Humedecer bem o torrão das plantas no momento de as colocar no terreno, tal como foi feito para a plantação.
  3. Percorrer toda a plantação, para encontrar as posições com plantas mortas e substituí-las.
  4. Efetuar a plantação manual, com recurso a enxada, tubo ou ferroplantador para colocar os novos pés no terreno.
  5. Aplicar adubo de libertação controlada no covacho de plantação, utilizando, por exemplo, 30g de adubo de formulação 14-12-9 +0,1B ou outra tipologia, mediante o adubo utilizado na plantação. Este adubo, com nutrientes inteiramente capsulados e, no máximo, 0,1% de boro na sua composição, atua durante 8-9 meses.