Reportagens

Acreditar nas boas práticas agroflorestais

Na Quinta do Fontão, em Gondomar, a atividade hortícola convive com o eucaliptal certificado, que é uma mais-valia financeira.

A quinta está na família desde o tempo dos avós de José Lixa, que se dedicou a tempo inteiro à sua gestão, após a morte do pai, há dez anos. No início era sobretudo uma exploração pecuária, mas a rentabilidade diminuiu e os mais de 15 hectares tornaram-se hortícolas. No declive da área montanhosa, onde era “impensável” fazer agricultura, plantaram dez hectares de eucalipto.

Os vários cortes já realizados “são uma boa ajuda”, admite o gestor, e o eucaliptal é ainda usado como fornecedor de mato para as camas dos poucos animais que ainda têm, umas ovelhas e um touro.

Os vários cortes de eucalipto já realizados “são uma boa ajuda”, admite o gestor, José Lixa, e o eucaliptal é ainda usado como fornecedor de mato para as camas dos poucos animais que ainda têm.

Ao ar livre produzem agora três hectares de hortícolas, sobretudo couves – coração, penca, portuguesa –, mas também batata, cebola e dois hectares de vinha. Há cinco anos, à procura de rentabilidade e para aumentar a quantidade e qualidade dos produtos, optou pela instalação de uma área de 5 mil metros quadrados de estufa, onde produz sobretudo alface, curgete, tomate e feijão-verde, mas também algum pepino e pimento verde. Porque o gestor acredita nas boas práticas agroflorestais, o eucaliptal já está certificado (o que foi uma mais-valia também financeira no último corte) e a atividade agrícola está em processo de certificação de produção integrada. Espera, assim, acrescentar mais valor ao produto e conseguir melhor preço no mercado e, ao mesmo tempo, respeitar o meio ambiente. Se no futuro conseguir aumentar a área de produção coberta talvez, finalmente, a atividade deixe de ser estritamente familiar. Por enquanto, conta com a ajuda do irmão e da mãe.