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Biomassa florestal ganha peso na energia

Em 2018, esta bioenergia representava já 85% das fontes renováveis para utilização como aquecimento na Europa.

biomassa florestal

O mais recente relatório estatístico da Bioenergy Europe, revela um crescimento médio anual do peso da biomassa no setor do aquecimento, relativamente às restantes fontes renováveis, de cerca de 3% desde 2000. Segundo o documento, em 2018 esta bioenergia representava já 85% do total de energia renovável utilizada para este fim na Europa.

A Bioenergy Europe, organização que representa mais de 40 associações e 90 empresas europeias do setor energético, sublinha o “papel essencial, embora negligenciado, do setor do aquecimento e arrefecimento” para atingir os objetivos do Pacto Ecológico Europeu para 2050, que preveem que nesse ano seja atingida a neutralidade carbónica.

Os planos nacionais para a energia e clima dos Estados-membros da União Europeia têm como meta aumentar a quota das energias renováveis dos atuais 19,7% para 40% do total da energia produzida em 2030. No entanto, a Bioenergy Europe avisa que a meta “deve ser revista em alta” para ser possível atingir a neutralidade carbónica em meados do século, já que, em 2018, 79% das fontes de energia para o setor do aquecimento ainda provinham de combustíveis fósseis. Na opinião da organização, a resposta para a descarbonização do setor do aquecimento pode ser a biomassa.

Esta ideia também é defendida na “Ambição Agro 2020-30”, da Confederação dos Agricultores de Portugal, que propõe apoios à utilização da biomassa florestal no aquecimento das habitações das explorações agrícolas e nos aglomerados urbanos, bem como nas infraestruturas públicas em meio rural, para diminuir incêndios e o uso de combustíveis fósseis. “Paralelamente, deverá implementar-se um programa de apoio ao fabrico nacional de sistemas individuais de produção de calor e aquecimento a biomassa florestal, bem como apoio à sua aquisição e instalação”, pode ler-se no documento, como medida de ação climática, eficiência e transição energética, substituição de importações e melhoria das condições sociais e sustentabilidade da vida no espaço rural.