Como antecipar a produção de pinhas
Já conhece a técnica de enxertia do pinheiro-manso e as suas vantagens para a rentabilidade do pinhal?
A APFCAN – Associação de Produtores Florestais dos Concelhos de Alcobaça e Nazaré inclui, entre os seus serviços, o da enxertia do pinheiro-manso, técnica que a entidade começou a testar há cerca de sete anos, comprovando as suas vantagens. De acordo com os resultados conhecidos, este procedimento permite antecipar a produção de pinhas com interesse económico dos habituais 20 anos para oito a 12 anos.
Numa árvore com cerca de três anos é colocado um “garfo” (parte da planta correspondente ao lançamento do ano de uma árvore adulta). Os “garfos” são adquiridos pela AFCAN na zona de Alcácer e Coruche, em pomares certificados, que se revelam bons produtores de pinha, e são enxertados em abril e maio no ápice (porta-enxerto) da árvore jovem.
A técnica utilizada é a de fenda cheia terminal, em que o garfo é cortado em bisel e colocado na fenda aberta do cavalo. O aperto do enxerto é feito com fita plástica, que o mantém unido durante quase um ano, sendo coberto durante cerca de dois meses com um saco de plástico, para manter a humidade, e um saco de papel, para fazer sombra. Um ano depois, árvores com quatro anos iniciam a produção de pinhas.
O técnico da associação, Marco Mendes, afirma que há na região uma aposta cada vez maior em pinheiro-manso. “Com as alterações climáticas, temos anos cada vez mais quentes e o pinheiro-manso agradece. Vai ser uma espécie interessante nos próximos anos, com a rentabilidade do pinhão”, admite.