Formação melhora o trabalho na floresta
A Associação Florestal Entre Douro e Vouga faz uma forte aposta na formação especializada no setor agroflorestal.
Melhorar a competência dos operadores que atuam no terreno é uma das prioridades da Associação Florestal Entre Douro e Vouga (AFEDV), cuja oferta formativa é particularmente eficaz. No primeiro ano de pandemia, o número de formandos duplicou, alcançando um total de quase 3 700 pessoas.
“Estamos conscientes das necessidades de formação especializada neste setor e, por isso, apostamos no desenvolvimento de ações modulares que melhorem as competências dos trabalhadores e que valorizem a sua intervenção”, explica o presidente da AFEDV, Luís Maia.
A associação disponibiliza um vasto leque de cursos que abrangem áreas desde a aplicação de produtos fitofarmacêuticos à condução de máquinas agrícolas e florestais, passando pelos módulos de sapadores florestais e operacionais de queima, num total de 345 projetos formativos.
A AFEDV promove um total de 345 projetos formativos, desde cursos para sapadores florestais, aplicação de produtos fitofarmacêuticos, condução de máquinas agrícolas e florestais, operacionais de queima, entre outros.
“Nesta estratégia, temos desenvolvido formações em parceria com outras organizações congéneres, e também com a indústria e empresas prestadoras de serviços agrícolas e florestais”, acrescenta Luís Maia.
Cada ação de formação contempla 16 a 20 formandos, que tanto podem ser pessoas que procuram reforçar competências para regressar ao mercado de trabalho, como trabalhadores ativos no setor florestal e/ou agrícola.
O coordenador-técnico da AFEDV, Pedro Quaresma, diz que “não é raro o mesmo formando participar em várias ações, como acontece com a mecanização e aplicação de produtos fitofarmacêuticos, que apresentam alguma complementaridade”.
Outras áreas de intervenção na floresta
Além da formação estruturada, a AFEDV tem investido muito do seu esforço “em ações de sensibilização, seja sobre gestão florestal, seja em controlo de invasoras lenhosas, ou outros temas essenciais no alerta e na formação da sociedade civil, abrangendo desde os mais novos até aos mais velhos”, refere Luís Maia.
Apesar de ter várias formações diretamente relacionadas com os incêndios, “a principal preocupação da AFEDV vai além dos fogos em si mesmos, focando-se na falta de gestão da floresta e na consequente perda de rentabilidade para os proprietários florestais”, afirma o presidente da associação. “Sem sustentação económica da floresta, quer através da produção de material lenhoso ou de outros bens, quer dos serviços de ecossistemas para áreas de conservação, parece-nos difícil a mudança que a floresta necessita”, sublinha, recentrando o problema: “A falta de gestão florestal e de viabilidade económica leva ao abandono e agrava o flagelo dos incêndios.”
Cerca de 60 por cento da faturação da AFEDV resulta dos serviços de obras florestais, cada vez mais ligados à gestão de combustíveis, nomeadamente limpeza de matos e podas de formação, limpeza de povoamento, desramações e desbastes. Estes serviços já superam as plantações – incluindo preparação de terrenos e (re)arborização – que, apesar das muitas solicitações, deixaram de predominar.
Além do pessoal de apoio administrativo e à formação, a AFEDV dispõe de cinco equipas de cinco sapadores e de dois técnicos florestais.