O desafio de valorizar a floresta portuguesa
O 9.º Congresso Florestal Nacional decorreu pela primeira vez na Madeira e refletiu sobre a sustentabilidade no setor.
Sob o tema “Sustentabilidade da floresta portuguesa: Valorizar, um desafio coletivo”, o Congresso Florestal Nacional teve como objetivo mostrar “como a ciência florestal investiga, como se testam e implementam práticas válidas e essenciais para percorrer o caminho da sustentabilidade e contribuir para alcançar as metas da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável definidas pela ONU, e que Portugal subescreveu”, conforme referido por Maria Emília Silva, presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais (SPCF).
Esta nona edição, que contou com a presença de 250 participantes, entre investigadores e técnicos de empresas e entidades públicas do setor florestal, realizou-se no Funchal, numa organização da SPCF, com o apoio do Governo Regional da Madeira – Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, através do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN).
Entre 11 e 14 de outubro, o programa decorreu estruturado em quatro mesas temáticas – “A floresta portuguesa”, “Os desafios”, “A ambição” e “A transformação” –, materializadas em 11 sessões temáticas, oito simpósios da iniciativa e responsabilidade de grupos de participantes, e duas grandes sessões de apresentações de pósteres, que deram a conhecer a investigação e os resultados práticos do trabalho desenvolvido em prol do setor florestal nos últimos quatro anos.
A The Navigator Company, mentora do projeto Produtores Florestais, cumpriu o seu compromisso de partilha de conhecimento com a sociedade, participando diretamente em dois simpósios e, através do trabalho do RAIZ, em seis sessões temáticas e dois estudos divulgados em pósteres.
Contou ainda com quatro oradores convidados que, nas sessões plenárias, partilharam o seu conhecimento e experiência. Foi o caso de Jorge Pinto Antunes, membro do Gabinete do Comissário Wojciechowski (Agricultura) da Comissão Europeia, onde é responsável pela política das Florestas. Na sua intervenção, referiu que as florestas são fundamentais para a saúde humana e da natureza, e informou que “a Comissão proporá um novo quadro regulamentar para a monitorização florestal e planos estratégicos, a fim de desenvolver um quadro de observação florestal à escala da UE”, que utilizará tecnologias de teledeteção e dados geoespaciais integrados na monitorização terrestre.
Partilha de conhecimento
A The Navigator Company, mentora do projeto Produtores Florestais, cumpriu o seu compromisso de partilha de conhecimento com a sociedade, participando diretamente em dois dos simpósios, bem como em sessões temáticas e estudos divulgados em pósteres (afixados, em vez de apresentados oralmente), através do trabalho do RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel, financiado maioritariamente pela Empresa. Foram abordados temas como “Modelo para avaliação do risco de ocorrência de foracanta em povoamentos de eucalipto”, “Desenvolvimento de meios de luta inovadores contra o gorgulho do eucalipto” e “Gestão das plantações de eucalipto após a colheita com fogo controlado”.
“Foi importante a Navigator mostrar que é uma empresa ativa em termos tecnológicos, científicos e de proximidade com as várias instituições e organizações presentes na floresta. E que está na linha da frente da busca de melhores soluções para a floresta nos planos ambiental, social e económico”, afirmou à Produtores Florestais José Luís Carvalho, responsável de Inovação e Desenvolvimento florestal da Empresa.
O primeiro simpósio, dedicado ao programa “rePLANT – Implementação de Estratégias Colaborativas para a Gestão da Floresta e do Fogo”, foi organizado pelos líderes do consórcio a Navigator, representada por José Luis Carvalho, e o ForestWISE representado por Jorge Cunha. Neste contexto, a Navigator participou em apresentações que tiveram como tema “Novas Tecnologias nas Operações de Exploração e Silvicultura”, “Implementação da Exploração Florestal 4.0 sustentável em Portugal”, e “Novas tecnologias para inventário florestal expedito com recurso a aplicações de smartphones”.
No sexto simpósio, dedicado ao papel dos agentes na gestão florestal sustentável em Portugal, foi Susana Morais, técnica do Programa de Fomento da Produtividade e Certificação da The Navigator Company, que esteve encarregue de apresentar o estudo “Fomento da Certificação Florestal e Boas Práticas em Eucaliptais (2016-2021)”. Uma análise que revelou que, em cinco anos, a Empresa cresceu a sua aquisição de madeira nacional certificada de 10% para 62% , e que os grupos de cadeia de custódia certificados aumentaram de 18% para 78%, após a criação, em 2016, de um programa de fomento da certificação e de melhoria das práticas silvícolas nos eucaliptais, que inclui o apoio a Grupos de Certificação e linhas de suporte aos técnicos (Programa Tec4Forest), às empresas prestadoras de serviço (Programa Operacionais da Floresta) e aos proprietários (Programa Premium).
Os trabalhos do congresso terminaram com visitas de campo que tiveram o objetivo de demonstrar que a floresta da Madeira é uma floresta equilibrada, onde coexiste a biodiversidade, a exploração de madeira e o turismo sustentável, tal como havia sido defendido na abertura do evento pelo Presidente do Conselho Diretivo do IFCN, Manuel António Filipe: “AFloresta Madeirense e o sector florestal regional prestigia a Região e, mais, contribui de forma relevante para o enriquecimento do setor florestal nacional.”