Consultório Técnico

Porquê realizar a seleção de varas?

Esta prática traz ao povoamento um conjunto de mais-valias, como a produção de mais madeira comercial.

A seleção de varas é a operação que permite selecionar os rebentos dominantes que se desenvolvem após o corte das árvores de eucalipto para os conduzir até à idade adulta e produzir madeira. Apenas uma pequena parte dos rebentos que crescem nas toiças deve ser mantida até à fase adulta para obter varas com dimensão comercial e que concentrem o potencial de crescimento. Esta operação ou prática silvícola também é designada por desbaste de toiças, corte dos rebentos ou monda, sendo a mais importante na condução dos povoamentos de eucalipto em talhadia. Deve ser realizada nos primeiros anos da nova rotação, após o corte das árvores.

Os aspetos mais importantes a ter em conta são: a idade ótima das plantas para realizar a operação e o número de varas a deixar por toiça. Para mais informações, aceder ao Manual Técnico de Seleção de Varas.

A não realização da seleção de varas leva à permanência de maior número de varas por toiça no povoamento, que competem entre si por água, luz e nutrientes. Com o passar dos anos, algumas dessas varas ficam dominadas, podendo até secar. A este processo designa-se seleção natural. Mesmo assim, a competição é excessiva e provoca menor crescimento individual das varas vivas, o que em idade adulta se traduz num menor volume individual de madeira produzida (volume útil ou comercial). Nestes casos, as varas dominantes não crescem no seu potencial máximo e, por isso, é necessário forçar esta seleção numa fase jovem de crescimento.

Mesmo admitindo a perda natural de varas ao longo da rotação, um povoamento sem desbaste chega ao seu término com cerca de mais 30% a 50% de varas do que seria ideal. Estas, sendo mais finas, originam menor volume comercial e comprometem a rentabilidade.


Ganhos da operação

Este texto foi originalmente publicado na revista Produtores Florestais número 10 (páginas 24 e 25), que pode ler aqui