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Secas vão intensificar-se na Península Ibérica até 2075

Estudo revela repercussões negativas com impacto a nível económico, ambiental e social, se não forem tomadas medidas.

Um estudo recente veio mostrar que a Península Ibérica será impactada por períodos de seca mais intensos nos próximos 50 anos. Realizado por Humberto Pereira e João Miguel Dias, do Departamento de Física e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro, em colaboração com Nieves Lorenzo e Inés Álvarez, da Universidade de Vigo, este estudo considerou dois cenários de concentração de gases de efeito estufa na atmosfera definidos pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) – um moderado e um severo.

A equipa de investigação analisou dois tipos de secas: as meteorológicas, que se definem como uma medida do desvio da precipitação em relação ao valor normal/estipulado, e as hidrológicas, relacionadas com a redução dos níveis médios de água nos reservatórios e no solo. E os resultados apontam para um aumento generalizado, ainda que com características diferentes ao nível da frequência e intensidade.

Em declarações para o site da Universidade de Aveiro, os investigadores referem que a previsão das características espaciais e temporais das secas “é crucial para compreender e mitigar os seus impactos futuros nos ecossistemas da Península Ibérica e reduzir os potenciais riscos decorrentes das mesmas”.

Humberto Pereira e João Miguel Dias dizem que secas meteorológicas e hidrológicas podem ter diversas consequências na região, apontando que “a nível económico poderão resultar em impactos negativos para a agricultura, o turismo, e a produção de energia; a nível ambiental terão impactos negativos para a biodiversidade da região, degradação dos solos, e potencial aumento do risco de incêndios florestais; e a nível social com a possível escassez de água potável para a população”.