Dossier Técnico

UMA OPÇÃO SUSTENTÁVEL PARA A PREPARAÇÃO DO TERRENO

O novo Riper Amontoador da Fravizel contribui para a sustentabilidade ambiental dos solos.

Um exemplo de ausência de sustentabilidade nas práticas silvícolas é a utilização dos solos sem atender ao seu equilíbrio natural, pois embora seja o meio de ancoragem e fonte de água e nutrientes inorgânicos (a par com o clima é o fator determinante para a produtividade), alguns métodos adotados têm favorecido uma elevada perda de solo, agravada pela seca e pela precipitação concentrada, intensificadas como consequência das alterações climáticas.

Manter os atuais níveis de perda de solo é, garantidamente, perder o resultado de milhares de anos de processos que levaram à sua formação. Com o intuito de contribuir para o estímulo à evolução dos métodos de gestão e com o objetivo de concretizar no terreno o conceito de produção sustentável, a Fravizel – em parceria com a The Navigator Company e o INESC TEC, no âmbito do projeto rePLANT –, desenvolveu um Riper Amontoador (ARG) para a fase de preparação do terreno.


O trabalho promovido pela utilização da ARG permite efetuar uma mobilização localizada na área envolvente à linha de plantação, o que diminui a intensidade da perturbação do solo, ao mesmo tempo que reúne as condições necessárias para o correto desenvolvimento da planta.

A alfaia, disponível em versões para tratores borracheiros e de rastos, com potência de 80 cv a 250 cv, constitui-se como uma solução capaz de aliar uma produção sustentável de material lenhoso à crescente necessidade de sustentabilidade ambiental, em particular dos solos. O trabalho promovido pela utilização da ARG permite efetuar uma mobilização localizada na área envolvente à linha de plantação, o que diminui a intensidade da perturbação do solo, ao mesmo tempo que reúne as condições necessárias para o correto desenvolvimento da planta. Promove o equilíbrio através da melhoria de um conjunto de fatores de natureza física, química e biológica do solo, tais como o acréscimo no teor de matéria orgânica, taxas de infiltração de água superiores, não só na faixa não mobilizada, mas também na vala de plantação, maior volume explorado pelas raízes e uma taxa de retenção de carbono mais elevada.

A mobilização superficial é importante para o desenvolvimento do sistema radicular secundário (responsável pela absorção de água e de nutrientes minerais) e para a diminuição da sobrelotação do coberto, incrementada pela vegetação espontânea. O desenvolvimento da raiz apical, responsável pela absorção de água de camadas profundas e pela ancoragem da árvore ao solo, é assegurado, com o rasgo vertical no horizonte do solo providenciado pelo riper, numa profundidade máxima de 70 cm.

Para compensar a suscetibilidade a fenómenos de anaerobiose e de anoxia provocada por solos encharcados ou compactos, os discos com orientação variável possibilitam a formação de cômoro, adaptando a preparação do terreno às condições da estação, o que aumenta a probabilidade de sucesso da instalação do povoamento. A ARG é equipada com um adubador que permite adicionar inputs nutricionais no sistema e, com isto, compensar o baixo nível nutricional dos solos, com a aplicação à taxa variável, por exemplo, de adubo fosfatado.

Aumento do rendimento

A introdução de ferramentas digitais na ARG está presente no sistema de sensores de última geração, capaz de recolher dados como a profundidade da ripagem, e no sistema GPS para georreferenciar as linhas de plantação. O setup tecnológico possibilita a partilha de informação entre diferentes alfaias, fornecendo dados indispensáveis ao gestor/produtor para a construção de modelos capazes de garantir uma aplicação sustentável dos recursos com base nas necessidades do povoamento.

Além de contribuir para a sustentabilidade ambiental dos solos e garantir melhores condições para o desenvolvimento das plantas florestais, a adoção de métodos de preparação de terreno promovidos pela ARG, em comparação com outros métodos convencionais, permite aumentar o rendimento da floresta, ao aumentar a eficiência da operação e, com isto, reduzir o tempo de trabalho em cerca de 60 a 65%. Ao mesmo tempo, com a mobilização parcial do terreno há menos carbono libertado do solo e também o equipamento motriz tem um efeito positivo sobre a quantidade de CO2 emitido para a atmosfera, ao reduzir em média 0,134 tCO2 por hectare1 (o equivalente às emissões emitidas por um automóvel ligeiro em 1.400 quilómetros percorridos). A ARG assume-se, assim, como uma ferramenta inovadora, devendo ser encarada como uma prescrição recomendada e uma hipótese de trabalho que contribui para o equilíbrio dos solos e para a recuperação dos ecossistemas, respondendo aos novos requisitos do ambiente, da economia e da sociedade.


Aposta na Eficiência e na Digitalização

A FRAVIZEL é uma empresa de engenharia sediada em Alcanede, com quase 40 anos de história, que desenvolve e fabrica tecnologia, e dá assistência às indústrias de rocha natural e floresta. Procura desenvolver e conceder novas soluções adaptadas a cada contexto, acrescentando valor, servindo o cliente, e protegendo o meio ambiente. Já exportou para mais de 58 países e tem dezenas de patentes nacionais e internacionais. Na área florestal promove o desenvolvimento de produtos (mais de 100 desenvolvidos) para o aumento de eficiência, e para a automação e a digitalização do processo de preparação de terrenos e de plantação.

Artigo publicado originalmente na revista n.º 12, de dezembro de 2023, que pode ler na íntegra e descarregar aqui: https://produtoresflorestais.pt/quero-receber-a-edicao-da-revista-em-papel/