Uma solução de valor na floresta de eucalipto
O arrendamento é cada vez mais procurado. Manuel Aires Henriques, proprietário da Zona Centro, explica por que razão aderiu a esta solução.
Manuel Aires Henriques é dono de mais de 350 hectares de terrenos florestais de eucalipto, sobreiro e pinho nos concelhos de Pedrógão Grande, Sertã, Oleiros, Castanheira de Pêra e Góis. “Tenho uma grande paixão pela natureza, pela floresta e as árvores”, adianta à “Produtores Florestais” o proprietário, que nos últimos anos decidiu dar um novo rumo às suas propriedades.
Em 2014 assinou o primeiro contrato de arrendamento com a The Navigator Company, para que esta gerisse uma área de 20 hectares de eucalipto (com 18 parcelas) que possui no norte do concelho de Pedrogão Grande, e hoje já tem cerca de 115 hectares do seu património arrendado à empresa. Durante 24 anos, esta assegura todas as operações necessárias à exploração florestal, pagando uma renda fixa anual durante a vigência do contrato.
“A técnica florestal da Navigator é completa e profissional, na plantação, nas gradagens, na adubação, no controlo de pragas… Os terrenos melhoraram muito.”
“Quando era mais novo fazia eu a gestão, mas agora já começo a ter dificuldades. E como já conhecia a empresa, onde tive e tenho bons amigos, e a sua competência, decidi entregar-lhes a gestão florestal dos meus terrenos. Desta forma, tenho as minhas propriedades tratadas e protegidas”, adianta Aires Henriques.
Depois do primeiro arrendamento, seguiram-se outros cinco em nome pessoal e das suas herdeiras. “O trabalho que os técnicos da Navigator fazem nos terrenos é bem feito. É completo e profissional, na plantação, nas gradagens, na adubação, no controlo de pragas. Os terrenos melhoraram muito, estão mais limpos e adivinha-se maior produtividade, o que também me agrada”, refere o proprietário, ex-industrial da resina e antigo presidente da direção da associação florestal APFLOR.
Gestão capaz para evitar abandono
“A nossa floresta precisava de uma gestão capaz, que olhasse para as várias espécies. Temos terreno para eucalipto, sobreiro, carvalho, pinheiro, castanheiro, medronheiro… O problema é que a maior parte das terras estão a ficar abandonadas”, prossegue, lembrando os dramáticos incêndios que devastaram a serra da Lousã em 2017. “Defendo que os terrenos deviam ser todos lavrados, e criados intervalos para evitar a propagação do fogo. Tenho áreas de eucaliptos novos onde o fogo andou à volta, mas que não arderam”, revela, sublinhando o facto de uma das frentes do incêndio de Pedrógão Grande “ter parado junto ao arrendamento que tenho lá em cima”.
Os aceiros e a limpeza da floresta fazem a diferença na prevenção dos incêndios, mas Manuel Aires Henriques acrescenta outro fator: “A Navigator tem uma brigada de sapadores – a Afocelca – muito eficaz. Ao contrário dos sapadores das associações, estes são profissionais, sempre em prontidão e ativos. Isso faz uma diferença muito grande na defesa da floresta.”