Reportagens

AS MELHORES OPÇÕES NA PLANTAÇÃO

A escolha da planta é uma decisão muito importante no planeamento.

A preparação do terreno influencia o número de plantas a colocar, pois determina o espaçamento (compasso) das linhas. Em condições de clima e solo mais favoráveis, as propriedades suportam um maior número de plantas por hectare, mas existe um limite a não ultrapassar, para evitar uma competição excessiva e perda de volume de madeira: a densidade de plantas deve variar entre as 1.000 e as 1.600, até porque as árvores muito juntas não permitem a utilização de maquinaria, o que encarece os custos de exploração. Assim, o espaçamento das árvores na mesma fileira não deve ser inferior a 1,5 m, e o espaçamento na entrelinha (entre fileiras de árvores) não deve ser superior a 4 m, com exceção dos terraços, onde deve ser inferior a 6 m.

Depois, a escolha da planta é uma das decisões mais importantes no planeamento da plantação, porque tem impacto na produtividade da rotação atual (10 a 12 anos) e em, pelo menos, mais duas, dada a possibilidade de gerir o eucaliptal em talhadia. O acréscimo de produção que é possível obter com plantas melhoradas – seminais ou clonais, selecionadas pelo seu maior crescimento e sobrevivência, melhores qualidades da madeira e/ou resistência a pragas e doenças – depende dos lotes usados, das condições ambientais da propriedade e dos cuidados para as manter bem nutridas e sãs. Em média, uma floresta com planta melhorada produz 20 a 30% mais volume de madeira e dá origem a povoamentos mais uniformes.

A adubação na instalação é outro fator decisivo, pois satisfaz as necessidades nutricionais (azoto-N, fósforo-P, potássio-K e boro-B) das plantas, de forma a proporcionar bom enraizamento e crescimento inicial, diminuindo a mortalidade. Em regiões mais chuvosas, de maior produtividade, é recomendável efetuar uma calagem do terreno, pelo menos seis meses antes da plantação, que consiste na aplicação de 1,5 t/ha de calcário calcítico (ou dolomítico), com cerca de 30% de cálcio (Ca), que pode ser incorporado superficialmente no terreno.

No momento da plantação, deve ser aplicada, manualmente, em cada uma das covas das plantas, uma dose de 30 g de adubo de libertação controlada, tipo 14-12-9 +0,1B ou equivalente, que atua durante 8 a 9 meses. Deve também ser utilizado Superfosfato 18: 100 g/planta no sul do país, e 150 g/planta nas regiões Norte e Centro, aplicadas de forma manual após a plantação, num sulco intermitente de 60 centímetros ao longo da linha de plantação (30 cm de cada lado da planta) e depois coberto com 5 cm de terra.

Em média, uma floresta com planta melhorada produz 20 a 30% mais volume de madeira e dá origem a povoamentos mais uniformes.

Em regiões menos chuvosas, onde a produtividade é menor, a adubação composta por dois adubos, atrás referida, pode ser substituída por uma adubação única aplicada manualmente no fundo da cova de plantação numa dose de 60 g/planta de adubo de libertação controlada, tipo 11-22-9 ou similar, totalmente revestido.

Quando é preciso fazer a retancha


A última etapa da fase da instalação florestal é a operação da retancha, ou seja, a substituição das plantas que morrem após a plantação, com vista a manter a densidade prevista no projeto florestal. A sobrevivência das plantas permite também que, nos anos seguintes, o povoamento feche as copas, aumentando o ensombramento da vegetação no subcoberto, o que contribui para uma diminuição da carga de combustível e do risco de incêndio.

A retancha deve ser feita sempre que houver pelo menos cinco plantas mortas por cada 100 plantadas, e o mais rapidamente possível, para diminuir a diferença de crescimento. Nas plantações de primavera deve ser realizada até um a dois meses após a instalação, existindo condições de humidade do terreno e precipitação, e nas plantações de outono, até à primavera seguinte. E a planta usada deve ser a mesma, plantada manualmente, com o torrão bem húmido no momento de o colocar no terreno.

Artigo publicado originalmente na revista n.º 12, de dezembro de 2023, que pode ler na íntegra e descarregar aqui: https://produtoresflorestais.pt/quero-receber-a-edicao-da-revista-em-papel/